[Game] The Stanley Parable - ttnovo

21 de março de 2017

[Game] The Stanley Parable


Opa, como vão?
Sou eu a Lu

E hoje estou trazendo a vocês um game com uma mecânica muito diferente, ele não é um jogo muito comum na nossa comunidade gamer, ele é peculiar, diferente, experimental. E de qual game você está falando Lu, bem estou falando do "The Stanley Parable" ou uma tradução ao pé da letra, A Parábola de Stanley. E o que ele consiste, bom meus caros leitores em uma EXPERIÊNCIA que você só a compreende e entra de maneira imersiva nesse universo jogando.

E ai, vamos adentrar esse mundo de reflexões e ajudar o Stanley? Welp, vamos embarcar no trem da psicologia!!


Ele é um game indie, o que quer dizer que ele foi feito por uma pessoa/desenvolvedor que não tem lá muita fama no mundo dos games, como a Valve ou a Square Enix, sendo assim ele não é um game aos moldes de um nicho ou mercado específico ele é uma experiência, que você caro geeker decidiu adentrar e saciar sua curiosidade sobre o que acontece nesse jogo. E para que você entenda do que se trata alguns conceitos prévios são necessários que sejam esclarecidos por mim:

Parábola : É na maioria dos casos uma narrativa curta, que transmite uma mensagem, uma aprendizagem sobre a vida de maneira indireta e simplificada, que é decifrada com base em comparações aos elementos que nos circundam, em outras simples palavras: Narrativas que nos ensinam coisas sobre a vida de maneira indireta e simplificada.

Então com o significado de parábola esclarecido acredito que já tenhamos uma bagagem mínima para entender o que esse jogo significa. Eu sou uma gamer/nerd chame-me como se sentir mais a vontade, que possui preferência em jogos que me deixam psicologicamente abalada (exato, isso não é normal, mas é a vida), por exemplo como que eu posso gostar de um jogo onde você é caçada por uma inteligência artificial psicopata que matou todos os seres vivos que estavam ao seu redor? Então ao ver a proposta desse jogo, me interessei logo de cara, " um jogo de primeira pessoa que não atiro só ando pra frente, qual é o significado disso?" Resolvi averiguar.

Bom como falei anteriormente, a única coisa que você faz nesse jogo é andar para frente, mas ele tem uma sacada sarcástica por trás disso tudo, e isso você só se da conta quando se vicia nesse jogo e finaliza boa parte dos possíveis finais. E essa 'sacada sarcástica está no inicio do jogo':


"Essa é a história de um cara chamado Stanley, Stanley era empregado de uma grande companhia em um grande prédio onde ele era o empregado 427, e o trabalho do empregado 427 era simples, ordens vinham pelo monitor de seu computador indicando quais botões apertar, em que ordem, com qual intensidade e em qual sequência, isso era o que o Empregado 427 fazia todos os dias, todos os meses, todos os anos, algumas pessoas podem achar isso um trabalho besta, mas Stanley sentia prazer ao realizar a atividade, como se aquele trabalho fosse feito justamente para ele e Stanley era feliz, mas um dia algo muito peculiar aconteceu, algo que mudaria para sempre a vida de Stanley, algo que ele jamais esqueceria, ele ficou sentado por mais de uma hora em seu escritório sem que nenhuma ordem do monitor fosse acionada,ninguém apareceu para te dar instruções, ou chamá-lo para a reunião ou ao menos dizer um 'oi', nunca em todos os anos dessa companhia isso lhe aconteceu, essa completa isolação, algo estava claramente errado, chocado Stanley mal podia se mexer e se encontrou parado encarando a tela de seu computador, mas quando ganhou de volta seus sentidos ele saiu do seu escritório..."

E a partir deste momento você pode controlar Stanley, mas algo estranho me veio de sobressalto, quando eu controlava o 'Stanley' eu podia ouvir o barulho de 'teclado no jogo', tinha algo muito estranho ali, e como a maioria dos jogadores eu resolvi seguir o que o nosso querido Narrador pediu para mim fazer, e quando depois de todos os passos completos eu cheguei ao final, o jogo simplesmente iniciou de novo...

Mas algo muito mais errado estava acontecendo, pois dessa vez o Narrador falou no início "Stanley era incapaz de fazer o que bem entendesse, era uma maria vai com as outras, sempre seguindo ordens." Aí veio a grande sacada, ele estava ME PROVOCANDO, ele queria que eu seguisse outras opções? Ou ele simplesmente me chamou de 'ser sem vontade própria' por ter seguido todas as suas instruções no começo ? Olha, a única pessoa até hoje que me insulta no vídeo game é a GlaDOS e esse narrador tá com cara de ser do mesmo tipo!


Bom eu não deixei barato, e revolvi em uma das primeiras escolhas que nos é apresentada, uma das primeiras coisas que ele nos dá uma ordem a fazer o que não me foi pedido, isso mesmo "diante de duas portas Stanley pegou a porta da esquerda" HÁ se você vai ser vaca igual a GlaDOS eu vou pegar a porta da direita, mas para a minha surpresa ele não conseguiu entender a escolha do Stanley "talvez ele gostaria de passar na sala X primeiro", hmmm interessante, e tentou me convencer de voltar ao caminho após essa sala X, " e com muita pressa para voltar aos negócios Stanley pegou o primeiro atalho à esquerda" eu resolvi seguir o que me foi pedido para ver no que me ia levar, mesmo final.

É necessário mais que uma porta para vencer esse narrador, pensei, então refiz todo o caminho,mas sempre ignorando o narrador, quando ele resolveu me oferecer uma conversa amigável "talvez você esteja me entendendo mal, eu não sou seu inimigo, venha Stanley tem alguém que você está negligenciando e quer muito falar com você", opa será mesmo que ele é nosso amigo ? pff, mentira ele começou a falar coisas que só fizeram o devido sentido à mim quando eu cheguei à esse final pela 2 vez.
O tempo todo existe um diálogo entre narrador e Stanley, mas quem dá as devidas respostas somos nós os jogadores Stanley o tempo todo é o nosso personagem, e nós controlamos todos os seus passos. Mas qual é a grande ideia por trás disso tudo? Por que parece que há uma competição entre você, Lu e o Narrador, bom meus amigos é uma resposta que só consegui encontrar fazendo todos os 18 finais do jogo. E como mencionei anteriormente voltando para o final da 'negligenciação'.

Vamos à explicação e ao porquê de se jogar esse jogo, Nós temos 3 personagens no game, O jogador, O narrador e o Stanley, o jogo é baseado totalmente no poder de nossas escolhas, e estas são feitas da seguinte maneira: Nós temos em nossas cabeças 3 instâncias psíquicas e é a partir do diálogo que elas fazem que nós somos aptos a tomar decisões e elas são: o ID, Superego, Ego, cada um segue uma seguinte predisposição; o ID é a parte instintiva e que faz as coisas ele quer a realização dos seus desejos, nossos instintos primitivos, o Superego é a parte moral que se contrapõe ao ID, ele geralmente é o que limita as ações do ID e o Ego é o que lida com a realidade, ele busca equilibrar as coisas entre o ID e o Superego. Exemplo:

ID: Quero comer o chocolate
Superego: Você está de dieta!
Ego: Vou comer só uma lasquinha : )

Tirando esse exemplo de base, nós temos a essência da Parábola de Stanley, aí está nossa metáfora:




Bom vamos voltar ao início do jogo: Stanley tem que fazer uma única e simples coisa nessa empresa, seguir as ordens que saem de seu monitor e apertar os respectivos botões, durante minha jogatina a primeira coisa que eu fiz, foi fazer o que o Stanley faria, e o jogo satiriza o fato de eu estar fazendo o que me foi dito para fazer, então no primeiro momento nós entendemos que somos o 'Stanley' e este motivo pode ser comprovado pois, ficamos receosos de não seguir o que nos foi dito e nós escutamos o barulho de um teclado falso à medida que jogamos, e convenhamos para virarmos a esquerda nós apertamos uma sequência de teclas: seta para cima, seta para esquerda e seta para cima.

Mas como qualquer outro tipo de ser humanos nós somos alimentados pelo anseio de saber o que tem de trás da outra porta, nós precisamos saber o que vai acontecer se não sairmos do escritório, nós precisamos saber o que vai acontecer se pularmos da plataforma de segurança! Nós o Jogador, então fazemos as escolhas para saciar nossa curiosidade nossos desejos, as vezes somos infantis e ficamos horas apertando inúmeros botões durante o jogo ou até mesmo fazendo pirraça com o Narrador. Isso só prova o que nosso papel é ser realmente os instintos primitivos do Stanley.


O Narrador por sua vez quer aconselhar, "Stanley não faça isso, você não sabe o que pode acarretar..", ele não é o vilão da história ele é o Superego do Stanley, ele quer que ele saia daquela prisão de pensamentos, prisão de finais e possibilidades. Ele é a parte que de fato conhece mais o Stanley do que o jogador, inclusive as manias que ele tem.

O escritório é um lugar real na vida de Stanley, é onde ele está no momento que nós iniciamos o jogo e no momento que 'findamos' o mesmo. Mas, muito mais que um escritório ele é um lugar onde Stanley não gosta de estar ele está sendo forçado a ficar lá, e nos seus momentos de devaneios ele imagina possibilidades para sair de lá, " E se, E se , E se...", E quanto mais você joga mais você percebe estes sinais de tentativas de fuga, escritos na parede, mencionados pelo Narrador, lá não é um lugar no qual Stanley se sente feliz.

Mas Stanley não seria o responsável por fugir de verdade deste lugar, o responsável por equilibrar o poder do jogador e do narrador sobre ele? Pois é, ai que vem a grande sacada do jogo, 'Stanley está morto' O Narrador menciona isso naquele final em que você o ignora completamente, tudo não passa de uma fantasia que Stanley alimenta em sua mente a de sair de seu emprego chato, ele está morto desde o início e tudo o que o Narrador quer é que seu amigo volte e lute contra o que o aflige e fuja daquele lugar.


Mas Stanley não pode ouvi-lo então sobra ao ID tomar conta de todo esse caos, Stanley coitado, pensa em acabar com a sua vida, mas ele já está morto por dentro, não tem mais nada que se fazer, assim pensado e percebido resolvi ir mais uma vez nesse final em que o Narrador nos informa que Stanley está morto, mas foi aí que percebi uma coisa, antes de chegarmos a esse diálogo temos em nossa frente um telefone que está conectado a uma tomada, eu resolvi tirar ele da tomada, e bam, novo final?

Siiimmmm!!!! Mas antes o Narrador resolver ensinar ao 'Stanley' sobre o poder das escolhas, e que tipo de escolhas devem ser feitas, de maneira que estivesse explicando à uma criança no caso nós o ID, e bam! somos levados a parte em que escolhemos qual porta seguir, e pelo visto não estamos mais controlando o Stanley, o Narrador descobre que não somos ele e que na verdade somos: "pessoas reais." nossas escolhas muitas vezes podem não obedecer à lógica do Superego, é algo pessoal que cada um de nós possui é único. E por este simples fato começamos a ver o desenrolar da cena na perspectiva panorâmica, olhando para o Stanley lá morto, sem capacidade de fazer sequer uma escolha.


Pobre Stanley, você irá o ajudar?
Bye, Bye galera ;)

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